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Somente o amor vale a pena, não espere nada em troca, simplesmente ame. Talvez esse seja o segredo da felicidade.


segunda-feira, 15 de maio de 2006

E Deus nos deu irmãos... Toca de Assis

Olá galera que legal poder partilhar!

Que alegria é redescobrir que preciso de poucas coisas para ser feliz! Há um tempo atrás fiz uma experiência maravilhosa... Deixei tudo o que me prendia e me coloquei a disposição de DEUS para que Ele me levasse para onde quisesse. Fui parar onde nunca imaginei, Rio de Janeiro... Praia, sol, favela, Ladeira e Cristo de braços abertos! A cidade é um contraste do belo e do feio. Mas muitas vezes enxergava no feio o belo... Gosto é gosto. rsrs...

Acredito que esses meses que passei na cidade maravilhosa, mudou totalmente minha vida, foi uma verdadeira aventura. Aprendi a respeitar as diferenças, a amar com atos concretos (isso dói, talvez por isso, Madre Teresa de Calcutá disse: Amar até doer!"), isso implica em permanecer acordada, mesmo quando seus olhos já não querem obedecer, para cuidar do enfermo, dar sua refeição para o outro (eu chamo de irmão) pois, para ele seria a única alimentação do dia, e sabe Deus, quando faria a próxima, ceder sua cama ao irmão, afinal a visita merece o melhor... na verdade na Toca de Assis, nunca tive cama, dormia no chão, o legal disso, era que cada dia podia dormir em um lugar (na varanda, quando estava muito calor, debaixo da cama de uma irmã, quando estava escalada para cuidar das mais doentes, no corredor da capela quando estava de "anjo"). Amar era quando saía de madrugada para entregar as quentinhas e no dia seguinte acordar 5:30 para nossas atividades diárias. Quando amamos o que é pesado torna leve, antes nunca tive coragem de trocar uma fralda de bebê, mas lá me dispus a trocar as irmãzinhas que padeciam em seu corpo com os mais dolorosos sofrimentos, pessoas que eram tratadas como lixo, pois, literalmente eram descartadas, pela sociedade ou pela própria família, iam para passar seus últimos dias na Toca, me sentia feliz, para mim não era importante saber o que haviam feito em seus longos anos de vida e sim que estavam lá para serem amadas e cuidadas. E as acolhidas estavam sempre sorrindo, apesar do sofrimento, se engana quem pensa que as privilegiadas eram elas... Eu sim é que era feliz por estar ali e aprender com a sabedoria daquelas irmãzinhas, que sabiam sorrir quando nada para elas estavam bom. Apesar da dor, da doença, das desigualdades... Sabiam amar e sorrir. Era rica! Cada sorriso, beijo, abraço, carinho que recebia delas, era o salário mais digno que poderia receber. Preenchia meu coração... Me fazia acreditar que tudo isso vale a pena. Estava ali para cuidar, mas muitas vezes elas cuidavam de mim! São as surpresas de Deus!

Muitas já estão no céu!!! Tó (tinha cento e poucos anos, e falava muito palavrão, rsrs), Lucinda (era evangélica e gostava do salmo 23, então todos os dias o lia pra ela), Rutoca (Não lembrava de nada), Antipê Taquare - Angela (era índia e muito brava), Selminha (cozinhava muito bem), Mônica (era como um bebê, mas muito carinhosa)

O importante é amar!!! Que Nosso Senhor me ensine a amar sempre a todos!

By Lisa Marilis